Methodologies for research and evidence production in Analytical-Behavioral Therapy Laboratory of Behavioral Therapy
Institute of Psychology - University of São Paulo
Theoretical Commitment: Identify behavioral processes involved in different forms of therapy in an attempt to connect them with the assumptions of Radical Behaviorism and Behavior Analysis.
Methodological commitment: develop and evaluate methods of data collection and analysis of psychotherapy sessions to identify the effects of one dyad-therapist member’s behavior on that of the other (or allowing the identification of control variables) and allow comparisons between studies in order to promote generality of obtained results.
Methodology: With the consent of participants, psychotherapy sessions are recorded and the result captured. Using this data, categorization systems are created. The resulting database of categorized information is then used to perform different tests of data analysis, including frequency and sequence analysis of categories, as well as different modalities of sequential analysis.
Commitment to producing evidence: produce evidence of effectiveness/efficacy of ABT, by process-outcome studies, including systematic replication of interventions and therapies with different diagnoses/populations.
TEAM
COORDINATORS
Sonia Meyer
Claudia Oshiro
RESEARCHERS
orientados e ex-orientados.
PROJECTS IN PROGRESS
1. Lovo, Aline Redressa Boni Rayis (2016). Psicoterapia Analítica Funcional como Tratamento de Transtorno de Ansiedade Social: delineamento experimental de caso único. Projeto de Mestrado apresentado ao Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo. Orientação: Claudia Kami Bastos Oshiro.
Resumo. Os Transtornos de Ansiedade são os quadros clínicos que mais frequentemente aparecem em nossa sociedade. Dentre eles, o Transtorno de Ansiedade Social (TAS) é o mais comum e será o objeto de estudo deste trabalho. O TAS acomete indivíduos desde a sua infância e compromete uma série de atividades sociais, acadêmicas e profissionais, dificultando o estabelecimento de relações interpessoais. O tratamento mais comumente utilizado é a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) aliada ao uso de fármacos. Porém, alguns estudos apontam que tais intervenções focam na topografia dos comportamentos, ao invés de considerar sua função. O objetivo deste estudo é analisar a Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) enquanto intervenção alternativa para o tratamento de indivíduos com TAS, além de considerar a relação terapêutica enquanto processo de mudança, bastante importante em casos de ansiedade. Para a realização desse estudo, participarão uma terapeuta-pesquisadora e três clientes adultos. O procedimento utilizado será o delineamento experimental de caso único, com linha de base múltipla. Durante a linha de base ocorrerá a conceituação dos casos por meio do instrumento Sistema de categorização da Psicoterapia Analítico Funcional (FAPRS). Além disso, serão utilizados outros instrumentos para avaliar a severidade dos sintomas do cliente, como o Outcome Questionnaire (OQ-45), o Beck Anxiety Inventory (BAI) e Beck Depression Inventory (BDI), durante o processo interventivo e na fase final de follow-up.
Palavras-chave: Transtorno de Ansiedade Social, Psicoterapia Analítica Funcional, processos de mudanças clínicas, delineamento experimental de caso único, linha de base múltipla
2. Moreira, Fernanda Resende (2017). Os efeitos da Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) no tratamento de crianças vítimas de abuso sexual. Qualificação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo. Orientação: Claudia Kami Bastos Oshiro.
Resumo. O abuso sexual infantil (ASI) é um problema de grande relevância social que acomete cerca de 20% da população feminina e cinco a 10% da população masculina no mundo, podendo trazer vários prejuízos como risco aumentado para psicopatologias, problemas sexuais e déficit nos relacionamentos interpessoais. O tratamento empiricamente sustentado para o ASI é a Terapia Cognitivo-Comportamental Focada no Trauma (TCC-FT) que atua principalmente nos sintomas de transtorno do estresse pós-traumático e na reestruturação cognitiva de crenças disfuncionais relacionadas ao abuso. Diferentemente da TCC-FT, a Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) propõe um tratamento baseado na instalação de repertório de relacionamento interpessoal, modelado na relação terapêutica, em um ambiente seguro para o cliente e com baixa probabilidade de punição. Nesse sentido, o objetivo da pesquisa é verificar os efeitos da FAP no tratamento de ASI, por meio da mensuração de comportamentos clinicamente relevantes (CCRs) e comportamentos-alvo extrassessão, esperando-se demonstrar seus benefícios, bem como o seu potencial de complementariedade para os demais tratamentos direcionados ao ASI. Este estudo será um delineamento experimental de caso único com linha de base múltipla entre três clientes de seis a 12 anos de idade que sofreram abuso sexual. Durante a fase inicial a terapeuta fornecerá tratamento em terapia analítico-comportamental infantil enfocando comportamentos que acontecem fora do setting terapêutico e, em seguida, introduzirá a FAP como tratamento. As sessões serão categorizadas pelo instrumento FAPRS, será utilizado o questionário CBCL e a Escala de comportamentos-problema afim de obter as medidas de comportamento extrassessão, bem como o instrumento PedsQL e CAPS para medir mudanças na autoavaliação da criança.
Palavras-chave: Psicoterapia Analítica Funcional; Abuso sexual infantil; Delineamento experimental de caso único; Pesquisa clínica; Terapia Analítico-Comportamental.
3. Santos, Gabriela Alves Rodrigues dos Santos (2017). Terapia analítico-comportamental: sistematização das definições com base em publicações brasileiras. Qualificação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo. Orientação: Claudia Kami Bastos Oshiro.
Resumo. A análise comportamental clínica tem como pressuposto teórico a análise do comportamento ou análise experimental do comportamento, e como pressuposto filosófico o Behaviorismo Radical. Desta forma, ela compreende o comportamento como a interação entre organismo e ambiente, e tem por objetivo explicar, prever, controlar e interpretar o comportamento humano. Ela nasce da transposição do modelo experimental do laboratório para a aplicação com humanos, logo, sua concepção mostra-se comprometida com a ciência. No Brasil, a análise do comportamento clínica tem uma história particular. Ela foi gradualmente construída pelos primeiros estudantes de análise do comportamento do país e atualmente é denominada como terapia analítico-comportamental (TAC). Desde o início ela desenvolveu-se baseada nos pressupostos do Behaviorismo Radical e análise experimental do comportamento, diferenciando-se da história da terapia comportamental nos Estados Unidos, na qual houve em certo momento histórico uma mudança para a concepção cognitivo comportamental e mais recentemente um retorno à concepção behaviorista radical. Apesar da TAC ser, desde sua concepção, comprometida com a ciência, uma recente revisão integrativa da literatura (Leonardi, 2016) analisou a produção de evidências empíricas da terapia analítico-comportamental com o objetivo de aproximar a TAC de uma Prática Baseada em Evidências em Psicologia (termo concebido pela American Psychological Association), e, os dados demonstraram que ela carece de evidências empíricas que comprovem sua eficácia, tanto pela quantidade quanto pela qualidade dos trabalhos, e sugere a necessidade de desenvolver um manual de TAC. Esse manual teria como objetivo identificar suas características definidoras para, então, testá-la empiricamente em pesquisas experimentais. O presente trabalho tem como objetivo identificar, organizar, sumarizar e avaliar criticamente as definições de terapia analítico-comportamental por meio de publicações brasileiras, visando produzir uma definição clara de terapia analítico-comportamental e aproximar-se de uma sistematização, a fim de auxiliar estudos futuros que visem o desenvolvimento de um manual de TAC, tornando então possível que testes empíricos em pesquisas experimentais de eficácia sejam factíveis.
Palavras-chave: análise comportamental clínica; terapia analítico-comportamental; terapia comportamental; pesquisa em psicoterapia; psicologia clínica; revisão integrativa da literatura.
4. Ferreira, Amanda Raña (2017). Impactos de intervenções experienciais e didáticas na mudança clínica: um delineamento de caso único. Projeto de Doutorado apresentado ao Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo. Orientação: Claudia Kami Bastos Oshiro.
Resumo. Estudos sobre a psicoterapia buscam, entre outros objetivos, elucidar quais as variáveis envolvidas na mudança comportamental do cliente. Inseridos em um contexto de pesquisas sobre a eficácia da prática clínica, esses trabalhos propõem procedimentos que permitem acessar também o grau de participação destas variáveis na melhora terapêutica. Mais recentemente, propostas em terapia analítica comportamental têm abordado maiores ganhos terapêuticos ao utilizar intervenções experienciais, tais como, metáforas e meditação, quando se comparada a intervenções mais didáticas (ou descritivas). Por outro lado, pouco se sabe ainda quais são as variáveis envolvidas nos processos de mudança clínica quando estas variáveis são manipuladas, e em que medida tais mudanças impactam aspectos mais ou menos específicos do repertório do cliente. Deste modo, o presente estudo parte da investigação das seguintes hipóteses: é possível que intervenções experienciais e intervenções didáticas produzam efeitos diferentes em repertórios diversos do cliente; intervenções experienciais talvez tenham maior impacto em repertórios de aceitação, e não necessariamente em repertórios relacionados a ações compromissadas com valores; intervenções didáticas talvez tenham maior impacto em repertórios de ações compromissadas com os valores, e não necessariamente em repertórios de aceitação; mudanças em repertórios de aceitação não implicam mudanças em repertórios de ações compromissadas com valores e vice-versa. Para testar as hipóteses acima, será desenvolvida uma pesquisa com delineamento de caso único manipulando intervenções experienciais e didáticas como variáveis independentes e verificando seus possíveis impactos em repertórios de aceitação e ações compromissadas com valores. Posteriormente, serão analisados os processos envolvidos nas mudanças clínicas.
5. Assaz, Daniel Afonso (2017). Desfusão cognitiva na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT): O Processo de Mudança Clínica. Qualificação do Doutorado Direto. Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo. Orientação: Claudia Kami Bastos Oshiro.
Resumo. A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) tem progressivamente conquistado espaço entre pesquisadores e clínicos. Entretanto, a apresentação do tratamento terapêutico por meio do Modelo de Flexibilidade Psicológica, descrito em seis termos de nível intermediário (aceitação, desfusão cognitiva, contato com o momento presente, senso de self-como-contexto, valores e ação comprometida) traz consigo algumas dificuldades. De especial relevância é a identificação do elo entre cada um desses conceitos e o processo de mudança clínica subjacente em termos de processos comportamentais básicos. Considerando que a existência dessa relação é necessária para a utilidade pragmática de conceitos de nível intermediário, a clarificação do elo é essencial. O presente trabalho se propõe a identificar essa ligação em relação ao conceito de “desfusão cognitiva”, descrevendo os processos comportamentais envolvidos e responsáveis pela mudança clínica. Para isso, são realizados três estudos. O primeiro consiste em uma pesquisa bibliográfica exploratória do conceito de “desfusão cognitiva” na literatura da ACT e uma análise crítica dos resultados obtidos com base no corpo de conhecimento da Análise do Comportamento. A partir das implicações de pesquisa do Estudo I, são apresentados outros dois. Primeiramente, um estudo análogo experimental que compara diretamente os efeitos de dois exercícios de desfusão cognitiva sobre medidas de dor e fuga em uma tarefa aversiva. E, na sequência, uma pesquisa clínica descritiva na qual sessões psicoterapêuticas de desfusão cognitiva são gravadas, permitindo a categorização e análises quantitativas e qualitativas da interação terapeuta-cliente.
6. Pinheiro, Renata da Conceição da Silva (2017). Estereótipos de Gênero e Suporte Familiar a Casos de Abuso Sexual Infantil. Projeto de Doutorado apresentado ao Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo. Orientação: Claudia Kami Bastos Oshiro.
Resumo. O abuso sexual infantil é definido como uma situação em que uma criança ou adolescente é usada para gratificação sexual de um adulto, baseada em uma relação de poder, o que traz uma série de consequências físicas, psicológicas, comportamentais e interpessoais para a criança. A literatura aponta que, nesse contexto, um suporte familiar de qualidade é o melhor preditor de melhora para a vítima. Muitas variáveis podem influenciar na qualidade do suporte familiar, como condição financeira, acesso a serviços de saúde, histórico de violência, dentre outros, mas variáveis culturais mais amplas, como relações de gênero e poder na cultura, são muitas vezes negligenciadas. Portanto, os estudos desenvolvidos neste projeto visam discutir os efeitos das relações de gênero na qualidade do suporte familiar a crianças vítimas de abuso sexual infantil. Para tanto, o Estudo I buscará analisar o impacto das relações de gênero, se e como são estabelecidas, nos trabalhos que discutem fatores associados a suporte familiar a crianças vítimas de abuso sexual infantil, servindo de base teórica para construção da tese aqui defendida através da Grounded Theory. O Estudo II, através de um delineamento experimental de grupo, investigará a influência do sexo do abusador e da vítima nas respostas associadas a suporte de participantes frente a um caso fictício de abuso sexual infantil. Por fim, o Estudo III, utilizando um delineamento experimental de caso único com linha de base múltipla, avaliará os efeitos dos procedimentos baseados em Psicoterapia Analítica Funcional sobre categorias de comportamentos envolvidas em relações de gênero e suporte familiar em pais de crianças vítimas de abuso sexual infantil.
7. Sartor, Mariana (2017). Formação de terapeutas analítico-comportamentais e a supervisão clínica em FAP. Projeto de Doutorado apresentado ao Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo. Orientação: Claudia Kami Bastos Oshiro.
Resumo. Uma variedade de estudos tem sido conduzidos a fim de investigar a formação de terapeutas analítico-comportamentais e a supervisão clínica é indicada como o principal contexto em que o terapeuta desenvolve um repertório comportamental complexo para a atuação clínica. Diferentes modelos de supervisões são conduzidos com objetivos semelhantes, mas em especial, o modelo da FAP (Psicoterapia Analítico Funcional) dá ênfase para o desenvolvimento pessoal do terapeuta. Entretanto, ainda não há clareza na literatura sobre quais processos estão envolvidos na supervisão clínica, em especial supervisão FAP, que favorecem o desenvolvimento do repertório do terapeuta. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo investigar os processos comportamentais envolvidos na supervisão clínica FAP e será conduzido um delineamento de linha de base múltipla em que um supervisor, com experiência na atuação e supervisão em Psicoterapia analítico-comportamental, conduzirá sessões de supervisão com três terapeutas. Sessões de linha de base ocorrerão para formulação de caso e em seguida, serão avaliados as sessões de atendimento clinico dos terapeutas com seus devidos clientes. A investigação dos processos envolvidos na supervisão clínica da FAP pode produzir resultados importantes de medidas de generalização do comportamento modelado em supervisão e o impacto desses resultados podem afetar de modo relevante as práticas de ensino.
8. Ferreira, Elisângela (2017). O modelo de supervisão da Psicoterapia Analítica Funcional: um delineamento de linha de base múltipla. Projeto de Doutorado apresentado ao Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo. Orientação: Claudia Kami Bastos Oshiro.
Resumo. A supervisão é o principal meio de ensino de habilidades terapêuticas, contudo não existe uma padronização dos procedimentos a serem utilizados nesse ensino. A utilização de regras nesse contexto de ensino pode se mostrar ineficaz, pois seriam muito difícil que o supervisor conhecesse tudo o que vai acontecer antes da supervisão para descrever as regras de conduta. Por outro lado, existem poucas pesquisas empíricas sobre o processo de supervisão. Neste contexto o modelo de supervisão da FAP propõe-se a modelagem direta dos comportamentos terapeuticamente relevantes durante na relação com o supervisor. Desta forma o presente projeto tem por objetivo verificar a efetividade da supervisão em FAP (VI) sobre o comportamento terapeuticamente relevante do supervisionando. Para tanto serão realizados dois estudos. O primeiro estudo terá por objetivo uma descrição mais operacional de todos os processos envolvidos na modelam dos comportamentos em supervisão. O segundo estudo será um delineamento experimental de linha de base múltipla, no qual se realizará na fase A uma conceituação de caso com uma descrição apurada de T1 e T2 e na fase B a supervisão em FAP com todos os procedimentos operacionalizados no estudo 1. Além da supervisão também serão gravadas e categorizadas as sessões dos terapeutas, pois serão analisados os comportamentos do terapeuta em sessão como medida de generalização dos dados. Nesse segundo estudo também será medido mudanças no estado clínico global dos clientes. Como hipótese espera-se que as frequências de comportamento terapeuticamente relevantes 2 aumente de frequência em supervisão, assim como o T2 aumente na sessão e que o comportamento terapeuticamente relevante 1 diminua de frequência na supervisão, assim como T1 devem diminuir de frequência na sessão. Espera-se ainda que o cliente também apresente um aumento de frequência do CCR2 e uma diminuição de CCR1s.
9. Vartanian, Joana Figueiredo (2017). Eficácia de um modelo de ensino dos comportamentos de evocação e consequenciação para terapeutas. Projeto de Doutorado apresentado ao Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo. Orientação: Claudia Kami Bastos Oshiro.
Resumo. Os conhecimentos desenvolvidos por meio de pesquisas são importantes para o aprimoramento das psicoterapias e a otimização do ensino de terapeutas. Pesquisas em FAP (Psicoterapia Analítica Funcional) têm levantado dados relevantes acerca do seu mecanismo de mudanças e variáveis do terapeuta, tais como a evocação e a consequenciação de comportamentos do cliente em sessão. Entretanto, ainda faz-se necessário que o ensino de terapeutas englobe os conhecimentos dessas pesquisas. O objetivo do presente estudo será propor uma operacionalização de ensino dos comportamentos de evocação e consequenciação para terapeutas. O Estudo 1 consistirá em análises de sessões por meio de Lag Sequential Analysis para produção de instrumento de análise qualitativa da evocação e da consequenciação. Também será desenvolvido instrumento para conceituação de caso na FAP e o treino para terapeutas com base nas informações levantadas. O Estudo 2 consistirá em delineamento experimental de caso único com linha de base múltipla entre participantes para verificação dos efeitos do treino sobre os comportamentos de evocar e consequenciar dos terapeutas nas sessões com seus clientes. Essas serão categorizadas com o instrumento FAPRS e outros desenvolvidos no Estudo 1 dessa pesquisa.
10. Kovac, Roberta (2016). Medindo efeitos de intervenções ACT na transformação de função de estímulos arbitrariamente relacionados. Projeto de Doutorado apresentado ao Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo. Orientação: Sonia Beatriz Meyer.
Resumo: A Terapia de Aceitação e Compromisso, ou ACT (Acceptance and Commitment Therapy) tem sido apresentada como um modelo de intervenção psicoterapêutico efetivo, filosoficamente embasado no Contextualismo Funcional e teoricamente sustentado pela Teoria das Molduras Relacionais (RFT – Relational Frame Theory). Dois aspectos parecem fundamentais na condução de um processo terapêutico efetivo: a existência de uma teoria coerente que permita a compreensão dos princípios e a aplicação destes no campo da psicoterapia e, portanto, o conhecimento por parte do terapeuta, dos princípios comportamentais em ação. Diversos manuais já publicados sobre a ACT apresentam protocolos de intervenção de duração variada e descrevem os processos envolvidos na intervenção utilizando termos medianos que não são diretamente sustentados pela abordagem que supostamente os embasam. Apenas recentemente, uma série de estudos vem tentando produzir um entendimento da ACT nos termos da RFT, apontando a principal mudança clínica produzida pelas intervenções decorrentes do uso de técnicas de desfusão cognitiva, que transformariam a função de eventos privados e assim, promoveriam a mudança desejada, definida como ‘flexibilidade psicológica’. O presente estudo tem como objetivo medir a transformação de função de estímulos após a realização de exercícios típicos da ACT. Para tanto, será conduzido um delineamento experimental de grupo, em um experimento com seis fases: Fase 1: Medidas iniciais: escalas de esquiva experiencial – AAQII – de fusão cognitiva – CFQ – e de sintomas de estresse, ansiedade e depressão – EADS; Fase 2: Treino (MTS) para produzir classe de estímulos equivalentes (A1, B1, C1, D1 e A2, B2, C2, D2); Fase 3: Atribuir função aversiva a um estímulos da classe (pareamento entre A1 e som aversivo/imagens aversivas); treino de resposta de esquiva para A1; Fase 4: Testar função de estímulos da classe formada, com as medidas pré-VI: a. Tarefa de esquiva; b. VAS -escala de desconforto, ansiedade e stress; c. Escala de expectativa de US; d. Escala de valência do estímulo; e. diferencial semântico (DS) modificado, com palavras relacionadas aos estímulos A1 e A2; f. IRAP usando as mesmas palavras do diferencial semântico. Fase 5: (VI): Intervenções típicas da ACT: a. Milk, milk, milk (com as palavras treinadas), b. Metáfora “folhas no rio” (com palavras treinadas), c. Metáfora “tabuleiro de xadrez” (com palavras treinadas), d. (grupo controle) leitura de um texto sem conteúdo emocional (descritivo); Fase 6: Medidas pós VIs (as mesmas do das Fases 1 e 4).
PROJECTS CONCLUDED (last 3 years)
1. Aranha, Alan Souza (2017). Delineamento experimental de caso único: a psicoterapia analítica funcional aplicada ao transtorno por uso de substâncias. Dissertação de Mestrado, Pós-graduação em Psicologia Clínica, Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Orientação: Claudia Kami Bastos Oshiro.
Resumo. A Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) é uma terapia comportamental que tem a finalidade de alterar os comportamentos-problema interpessoais que levaram o cliente ao tratamento, intervindo imediatamente sobre estes comportamentos quando eles ocorrem na sessão terapêutica. A FAP foi aplicada com sucesso a diversos quadros clínicos, porém pouca evidência foi produzida no que diz respeito ao Transtorno por Uso de Substâncias (TUS). Nas poucas pesquisas encontradas, a FAP foi manejada em conjunto com outras psicoterapias comportamentais, o que não permitiu a avaliação isolada do seu impacto nessa população. O objetivo do presente estudo foi investigar os efeitos da FAP sobre comportamentos clinicamente relevantes (CCRs) e mudanças extrassessão (medidas com registros de sintomatologia psiquiátrica e abuso de substâncias) de indivíduos institucionalizados que tinham preenchido os critérios para TUS. Participaram deste estudo o pesquisador-terapeuta e dois clientes. Foi utilizado um delineamento experimental de caso único no formato A/A+B, onde A era a etapa de Análise de Contingências Externas e B o uso sistemático da FAP. Inicialmente o terapeuta realizou a conceituação dos casos e atendeu os clientes com estratégias da Terapia Analítico-Comportamental (TAC) e posteriormente foi introduzida a FAP. Três meses após o encerramento dos atendimentos foi conduzida uma sessão de acompanhamento para averiguar a manutenção das mudanças. Todas as sessões foram gravadas e cinco sessões de cada fase experimental, para cada díade, foram categorizadas com o instrumento Functional Analytic Psychoterapy Rating Scale (FAPRS) para medir as mudanças dentro da sessão. As mudanças nos sintomas foram avaliadas semanalmente com o Outcome Questionnaire (OQ-45.2) e a frequência de uso de drogas três meses antes e três meses depois com o Timeline Followback (TLFB). Os dados foram comparados intrasujeitos. Os resultados apontaram que a diminuição na frequência de comportamentos-problema (CCRs1) e aumento de comportamentos de melhora (CCRs2) em sessão acompanharam a introdução da FAP para os dois participantes, especificamente a manipulação da Regra 2 (evocação) e Regra 3-2 (reforçamento positivo contingente do terapeuta a CCRs2). Na sessão de follow up apenas o cliente que se manteve mais tempo em atendimento apresentou conservação na frequência de CCRs2. Em relação as mudanças extrassessão, o instrumento OQ-45.2 não foi sensível a mudança de fase experimental para nenhum dos participantes. O instrumento TLFB quantitativamente apontou melhora do consumo de substâncias para ambos os clientes, porém levando em consideração a frequência de CCRs e o conteúdo da verbalização dos pacientes na sessão de acompanhamento, apenas o participante que recebeu mais tempo de tratamento apresentou melhora, enquanto o segundo participante indicou retorno progressivo ao quadro de dependência. Os resultados apoiam a hipótese de que a FAP proporciona alterações terapêuticas para indivíduos que preenchem os critérios diagnósticos para TUS e que seu mecanismo de mudança clínico é o responder contingente do terapeuta, porém ao menos neste estudo, apenas o cliente exposto por um período maior a terapia apresentou manutenção dos ganhos na sessão de follow up e mudança na frequência de abuso de substâncias.
Palavras-chave: Terapia Comportamental; Categorização; Abuso de Substâncias; Delineamento Experimental; Psicoterapia Analítica Funcional.
Link: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-06092017-101420/pt-br.php
2. Lima, Gabriela de Oliveira (2017). Psicoterapia analítica funcional como tratamento de transtorno de estresse pós-traumático: Delineamento experimental de caso único. Dissertação de Mestrado, Pós-graduação em Psicologia Clínica, Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Orientação: Claudia Kami Bastos Oshiro.
Resumo. O abuso sexual é uma forma de violência interpessoal que acomete milhões de pessoas em todo o mundo, 20% das mulheres e 2% dos homens relatam passar por algum tipo de abuso sexual durante a vida. O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é um dos possíveis resultados do abuso sexual e compromete a qualidade de vida do indivíduo e também suas relações interpessoais, com sintomas de reexperiência, hiperexitação, esquiva e alterações em cognição e humor. As principais terapias baseadas em evidências para o tratamento de TEPT, Cognitive Processing Therapy e Prolonged Exposure, apresentam base na exposição e, apesar de apresentarem dados empíricos e significativos de mudança, apresentam até 50% de evasão a terapia, dificuldade de implementação pelo terapeuta e aumento de sintomas pela exposição. Os estudos em Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) têm mostrado resultados satisfatórios na compreensão e aprimoramento dos processos de mudanças clínicas com foco na relação terapêutica. Levando em consideração que pessoas com TEPT tendem a apresentar comportamentos de esquivas emocionais, esquivas de relações de intimidade e de confiança e que a FAP tem por objetivo proporcionar mudanças por meio da relação terapêutica, os objetivos do presente foram: 1) investigar os efeitos da FAP como tratamento para pessoas com TEPT por abuso sexual, e 2) os processos de mudança clínica envolvidos na utilização da FAP. Os participantes foram uma terapeuta/pesquisadora, três aferidores de concordância e três clientes adultos. A intervenção ocorreu com delineamento experimental de caso único, com introdução da variável independente (FAP) em diferentes momentos para cada participante, na seguinte disposição: Linha de Base - A - B (delineamento em linha de base múltipla - DLBM). As sessões foram transcritas e categorizadas com uso do Sistema de Categorização da Psicoterapia Analítica Funcional (FAPRS), a fim de encontrar os processos envolvidos nas mudanças clínicas dos clientes, com foco na relação terapêutica. Já as melhoras do cliente foram analisadas por meio dos instrumentos: Escala de Sintomas de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (PCL-C) e Outcome Questionnaire (OQ-45). O padrão comportamental de esquivas de situações que sinalizavam intimidade e vulnerabilidade foi encontrado em todas as participantes por meio da conceituação do caso. Os resultados apontaram que, após a introdução da variável independente (FAP) os comportamentos clinicamente relevantes do tipo problema (CRB1) diminuíram drasticamente e os comportamentos clinicamente relevantes de melhora (CRB2) aumentaram. Ademais, o instrumento FAPRS apontou a potência da Regra 3 (consequenciar diferencialmente) e da Regra 2 (evocar) como os principais processos de mudanças clínicas na FAP. Os efeitos da FAP foram observados também no instrumento PCL-C, com queda dos escores para as clientes que tiveram maior tempo de intervenção FAP, dado corroborado pelos resultados do OQ-45 que também tiveram queda após a introdução da FAP, com exceção da participante exposta à menos sessões com a variável independente (FAP). Dessa forma, esse estudo pontua a eficácia da FAP para o tratamento de vítimas de abuso sexual e o primeiro caso de sucesso na utilização do DLBM em pesquisas de prática clínica.
Palavras-chave: Transtorno de Estresse Pós-traumático, Psicoterapia Analítica Funcional, delineamento experimental de caso único, processos de mudança clínica, terapia baseada em evidências.
Link:http://www.teses.usp.br/index.php?option=com_jumi&fileid=38&Itemid=183&id=D7A95565957D
3. Vartanian, Joana Figueiredo (2017). Efeitos da evocação sobre os comportamentos clinicamente relevantes na psicoterapia analítica funcional. Dissertação de Mestrado, Pós-graduação em Psicologia Clínica, Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Orientação: Claudia Kami Bastos Oshiro.
Resumo. A Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) aponta a relação terapêutica como meio de promoção de mudanças clínicas. Os comportamentos do cliente em sessão são classificados como CCR1s (comportamentos problema), CCR2s (comportamentos de melhora) e CCR3 (descrições funcionais a respeito do próprio comportamento). É papel do terapeuta atuar sobre esses CCRs com o intuito de aumentar CCR2 e CCR3, bem como diminuir a emissão de CCR1, o que é planejado por meio das regras: estar atento aos CCRs (regra 1), evocar diretamente CCRs (regra 2), consequenciar CCRs (regra 3), observar os efeitos do seu comportamento sobre o comportamento do cliente (regra 4) e fornecer interpretações analítico-funcionais e implementar estratégias de generalização (regra 5). Compreende-se que a similaridade funcional do contexto terapêutico com outros ambientes do cliente possibilita o acesso do terapeuta à classe de comportamentos alvo de intervenção clínica e que, ainda, é papel do terapeuta evocá-los diretamente, componente da FAP expresso pela regra 2. As pesquisas que investigam o mecanismo de mudança da FAP têm enfatizado o papel da consequenciação (regra 3) sobre a mudança comportamental observada nos clientes, entretanto, há indícios de que tal mudança seja também resultado de um processo evocativo ocorrendo em sessão, responsável por produzir o aumento da emissão de CCR2s e diminuição de CCR1s quando a FAP é conduzida. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi o identificar quais os efeitos da evocação direta pelo terapeuta na FAP (variável independente) sobre os CCRs do cliente em sessão (variáveis dependentes), sendo utilizado delineamento experimental de caso único de reversão, com arranjo A-B1-BC1-B2-BC2 para uma cliente, com controle da inserção da evocação (arranjo A-BC1-B1-BC2-B2) para outro cliente. A fase A foi correspondente à linha de base, com realização de análise de contingências externas, as fases B corresponderam à condução de FAP sem evocação direta e as fases BC, à FAP completa. As sessões foram categorizadas com o Functional Analytic Psychotherapy Rating Scale (FAPRS) pela terapeuta e aferidoras de concordância, foi aplicado semanalmente o Outcome Questionnaire (OQ-45.2) que possibilitou o acompanhamento da evolução global dos clientes. Após três meses do encerramento do estudo, foi realizada uma sessão de follow-up com cada cliente, a qual indicou a manutenção de progressos com os mesmos. Como resultado no FAPRS, registrou-se o abrupto aumento de CCR2s e diminuição de CCR1s quando a evocação direta foi inserida, o aumento de CCR1 e diminuição de CCR2 quando a mesma foi retirada, bem como a replicação dessas duas fases e de seus efeitos sobre os comportamentos dos dois clientes. Nas fases em que a evocação não esteve presente, as porcentagens de CCRs assemelharam-se às observadas na linha de base. Observou-se também a importância da consequenciação com função evocativa, o que sustenta que a evocação e a consequenciação atuam de forma complementar. Tais resultados solidificam a proposta de que a produção de CCR2 nas sessões FAP tenha também por base a existência de processos evocativos atuantes, já que diante da ausência da evocação, registrou-se imediata diminuição de sua ocorrência. Nesse sentido, a evocação direta pode ser destacada como possuindo impacto relevante no mecanismo de mudança dessa psicoterapia.
Palavras-chave: Psicoterapia Analítica Funcional; Operações Estabelecedoras, Pesquisa de processo, Delineamento experimental de caso único, Controle de Estímulos.
Link: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-26092017-110243/pt-br.php
4. Paes, Guilherme Espírito Santo (2015). Condução de sessões na psicoterapia analítica funcional e terapia analítico-comportamental: um estudo descritivo do comportamento do terapeuta. Iniciação Científica. Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo. Orientação: Claudia Kami Bastos Oshiro.
Resumo. No contexto da psicoterapia, as pesquisas de processo são geralmente conhecidas como as responsáveis em identificar os mecanismos de mudança clínica. Por exemplo, sabe-se que a relação terapêutica pode ser um fator chave para explicar a mudança terapêutica. Considerando, então, que essas pesquisas permitem a realização de uma investigação mais sistemática acerca dos comportamentos presentes em todas as etapas do tratamento, estas têm se tornado uma alternativa para o estudo e compreensão das mudanças comportamentais apresentadas pelos clientes, conforme tem sido estudado pela Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) e pela Terapia Analítico-comportamental (TAC). Visando investigar melhor os mecanismos de mudança clínica da Psicoterapia Analítica Funcional (FAP), esse trabalho tem por objetivo descrever o comportamento do terapeuta em sessões FAP e em sessões TAC, respondendo a pergunta: quais são as diferenças e semelhanças no comportamento do terapeuta quando ele está conduzindo uma sessão FAP (ou seja, modelando diretamente o comportamento do cliente em sessão) e quando está conduzindo uma sessão TAC baseada apenas no relato do cliente? Para isso, foi analisado o banco de dados de uma dissertação de mestrado. A análise dos resultados obtidos apresentados indica que tanto na TAC quanto na FAP a terapeuta utilizou as categorias Interpretação, Solicitação de reflexão, Solicitação de relato e Empatia como base de seus procedimentos padrão, considerando que foram as categorias da terapeuta mais frequentes em todas as sessões. Em relação às categorias que indicam intervenções mais diretivas, tais como recomendação, aprovação, informação, o presente estudo mostra que, independente da fase experimental, elas ocorreram em baixa frequência, o que também está de acordo com a literatura sobre clientes borderlines. Encontrou-se reversão para as categorias Facilitação e Aprovação. No que diz respeito à correlação das categorias do SiMCCIT com as categorias do FAPRS, observou-se que as categorias do terapeuta do SiMCCIT que corresponderam majoritariamente à evocação de comportamentos do cliente (Regra2), foram Solicitação de relato, Solicitação de reflexão, Interpretação e Empatia, sendo que 55% das vezes em que a terapeuta se engajou em Regra 2 foi por meio da Solicitação de relato. Isso mostra uma finalidade diferente para essa categoria, ampliando a descrição que Zamignani faz dela (recolhimento de informações). Com clientes que se esquivam de relatos sobre emoções, sentimentos e pensamentos pode ser eficaz evoca-los por meio de solicitação direta.
5. Xavier, Rodrigo Nunes (2018). Eficácia da psicoterapia analítica funcional para o transtorno de oposição desafiante: experimento de caso único. Tese de doutorado. Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo. Orientação: Sonia Beatriz Meyer.
Resumo: A Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) se trata de uma abordagem clínica que objetiva a melhora dos relacionamentos do cliente por evocação e reforçamento de progressos terapêuticos, ou seja, de instâncias de comportamento do cliente favoráveis ao desenvolvimento da relação terapêutica. O transtorno de oposição desafiante (TOD) é um problema disruptivo manifesto para a primeira vez na infância característico por um padrão de humor raivoso e irritável, um padrão de comportamento de desafio e oposição a normas sociais e figuras de autoridade e uma índole vingativa, que está associado ao desenvolvimento posterior de outros transtornos mentais e carece de tratamentos com resultados satisfatórios. O objetivo deste trabalho foi avaliar os resultados de uma aplicação da FAP para o tratamento de crianças com TOD. Para isso, foram realizados um estudo de caso e uma pesquisa de intervenção com delineamento experimental de caso único com linha de base múltipla entre participantes. No estudo de caso a FAP foi aplicada a Júlio, um garoto de 11 anos, com nível limítrofe de sintomas de TOD. O estudo concentrou-se em cinco das primeiras 20 sessões de uma terapia com a duração de 32 sessões. No delineamento experimental, dois garotos, Carlos e Brandão, respectivamente de nove e 10 anos, com nível de sintomas clínico de TOD, receberam 10 e 20 sessões de Terapia Analítico-Comportamental (TAC) e 28 e 29 sessões de FAP. As sessões dos dois estudos foram agendadas com frequência semanal e duração estimada de 50 minutos. Nas sessões de TAC foram realizadas análises de contingências, orientações e brincadeiras livres. A frequência de comportamentos clinicamente relevantes (CCRs) durante as sessões foi avaliada com a Escala de Avaliação da Psicoterapia Analítica Funcional (FAPRS); o funcionamento global e o nível de estresse com o Questionário Infanto-Juvenil de Resultados (Y-OQ 30.2); E os sintomas de TOD com o Inventário de Comportamentos da Criança e do Adolescente de 6 a 18 anos (CBCL). Os resultados combinados do estudo de caso e do delineamento experimental demonstram aumento de CCRs de melhora relacionados à aplicação da FAP. Também foi registrada melhora no funcionamento global e no nível de estresse ao longo do tratamento para todos os clientes, mas não foi possível identificar efeitos diferenciais da TAC ou da FAP sobre estes resultados. O nível de sintomas de TOD apresentou resultados inconsistentes, isto é, Júlio manteve o nível limítrofe nas avaliações anterior e posterior ao tratamento; Carlos mudou de nível clínico para normal; e Brandão de clínico para limítrofe. Ainda, foi verificado que as intervenções que caracterizam um FAP ocorreram com maior frequência na fase correspondente do que na TAC, indicando adesão ao protocolo. Também foram incluídas vinhetas clínicas com transcrições de falas do terapeuta e dos clientes destacando intervenções centrais e o mecanismo de mudança específico da FAP.
Palavras-chave: Terapia comportamental. Psicoterapia da criança. Psicologia baseada em evidências. Transtornos mentais diagnosticados na infância.
6. Donadone, J. C. (2017). Análise de regras e autorregras em intervenções clínicas comportamentais. Pós-doutorado. Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo. Orientação: Sonia Beatriz Meyer.
Resumo: A presente pesquisa compõe mais uma etapa de uma série de estudos conduzidos por Meyer e Donadone (2002, 2004, 2009) em que basicamente buscava-se verificar se procedimentos de mudança ocorridos em processos psicoterápicos ocorriam por formulação (e seguimento) de novas regras. Tais estudos buscaram verificar a incidência de regras em sessões psicoterápicas. No entanto, analisaram apenas uma parcela de sessões e não deram indícios se regras são utilizadas apenas em alguns momentos e muito menos se produzem efeitos nos resultados da psicoterapia. Este trabalho teve como objetivo replicar os resultados de Donadone (2009) relativos a incidência de regras e autorregras (orientação/auto-orientação), bem como suas relações com os respectivos temas, verbalizações dos clientes, intervenções dos terapeutas, seguimento de regras em processos terapêuticos completos. Adicionalmente, objetivou-se investigar em que medida o emprego da verificação, pelo terapeuta, do seguimento de regras pelos clientes aumentou a ocorrência do seguimento de regras. Para isso foi solicitado a oito terapeutas em formação que gravassem sessões com dois clientes adultos cada (sem queixa psiquiátrica) por aproximadamente um ano (ou 20 sessões). A manipulação experimental consistiu em um procedimento de verificação pelo terapeuta, a cada sessão, do cumprimento de regras pelos pacientes (checklist). Além disso, as sessões foram analisadas de acordo com o procedimento de Donadone (2009). Dezesseis intervenções clínicas comportamentais completas foram analisadas, contabilizando 320 sessões psicoterapêuticas. Considerando o total de regras emitidas pelos terapeutas em cada sessão e o número total de autorregras nas mesmas sessões, verificou-se que a emissão de regras foi capaz de explicar 19,9% da variação na incidência total de autorregras. Emissão de regras está diretamente relacionada a maior emissão de autorregras, porém não foi observada relação significativa entre a ordem das sessões e o total de regras ou autorregras. O tema que mais evocou emissão de regras e autorregras foi ‘relacionamento interpessoal’. A verbalização do cliente que se mostrou mais relacionada a incidência de regras e autorregras foi ‘solicitação’, porém essa relação era negativa, ou seja, a presença de solicitações no episódio de orientação diminuiu a tendência de emissão de regras ou autorregras. As intervenções mais frequentemente realizadas pelos terapeutas foram ‘solicitação’, ‘reflexão’ e ‘interpretação’, porém ‘solicitação’ também apresentou relação negativa. Assim quanto mais o terapeuta solicitava, menos emitia regras. As intervenções do tipo ‘aprovação’ e ‘terapeuta permanece em silêncio’ tendem a ser mais frequentes nas sessões finais que nas sessões iniciais e verbalizações do cliente do tipo ‘solicitação’ e ‘oposição’ aumentam em incidência com o desenrolar do processo terapêutico. O cumprimento de regras foi avaliado através do instrumento de verificação (checklist). Houve aumento do seguimento das orientações a partir da introdução do checklist, com 0,826 (desvio padrão de 0,2) para regras e 0,48 (desvio padrão de 0,1) para autorregras. Conclui-se desta forma que intervenções diretivas (como a emissão de regras/orientações) são capazes de produzir resultados favoráveis nos tratamentos psicológicos.
7. Modernell, Laura Malaguti (2016). Autorrevelação do terapeuta na psicoterapia analítica funcional com crianças. Iniciação Científica, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo. Orientação: Sonia Beatriz Meyer.
Resumo: Objetivos: Caracterizar a ocorrência de autorrevelações do terapeuta em um processo de Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) com um adolescente limítrofe para Transtorno Opositor Desafiante (TOD) e verificar a contribuição que esse tipo de verbalização do terapeuta oferece para a instalação de um repertório semelhante no cliente e para a sua melhora de maneira geral. Método: Foi realizada, de acordo com o Eixo II-1 do Sistema Multidimensional de Categorização de Comportamentos na Interação Terapêutica (SiMCCIT – Zamignani, 2007), a categorização de oito sessões de terapia FAP conduzidas com um participante de 12 anos, sexo masculino e classificação limítrofe para TOD, segundo o Child Behavior Checklist 6-18 (CBCL/6-18). As categorias foram divididas em relevantes e irrelevantes para a terapia, conforme o grau de vulnerabilidade interpessoal que elas representavam para os participantes, sendo as falas mais vulneráveis consideradas relevantes para a terapia, e as falas menos vulneráveis consideradas irrelevantes. Resultados: A realização de uma análise sequencial das falas do cliente emitidas imediatamente antes (LAG -1) e imediatamente depois (LAG +1) das autorrevelações do terapeuta demonstrou que a frequência relativa de falas relevantes do cliente emitidas antes e após autorrevelações relevantes do terapeuta é maior do que a encontrada antes e após autorrevelações irrelevantes, e também é superior à frequência relativa de falas relevantes do cliente emitidas no total das sessões analisadas. Discussão: É possível que a emissão de autorrevelações relevantes pelo terapeuta atue na modelação de respostas de intimidade (falas relevantes) do cliente, enquanto as autorrevelações irrelevantes podem contribuir para o fortalecimento da relação terapêutica.
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